"Se um Rouxinol incomoda muita gente, dois Rouxinóis..."

05-08-2018

Antes de mais quero pedir desculpa a todos os que me seguem e lêem pelo comentário que venho fazer. 

Na verdade, não me identifico com este tipo de publicações, pois sou toureiro e para mim a minha profissão vive-se e defende-se na arena. Só que quem não se sente não é filho de boa gente. 

Tudo isto porque sexta-feira passada foi-me atribuído o prémio de melhor lide na corrida do Redondo, o que de acordo com um site taurino, não agradou à maioria dos colegas que alternaram comigo e aos seus apoderados. Dizem eles que como o meu toiro se lesionou após eu ter cravado 3 ferros compridos, a minha lide ao sobrero não deveria ter sido considerada para o prémio em disputa, contestando assim que eu tenha conquistado o prémio. 

Perante isto tenho a dizer que não toureio para os meus colegas. Toureio para o público, para os aficionados, e esses não contestaram um prémio que para mais foi conseguido por unanimidade do júri. 

Como bem sabem os meus colegas tendo em conta as suas longas carreiras, já que têm todos no mínimo mais 10 anos de alternativa que eu, diz o regulamento: "Os promotores do espectáculo não estão obrigados a fazer correr mais reses do que as anunciadas ou a substituir alguma que se inutilize após a colocação do primeiro ferro do Cavaleiro, dando-se assim por concluída a lide". Ou seja, de facto a empresa não tinha essa obrigação mas a empresa teve respeito pelo público que pagou o seu bilhete, e entendeu que deveria oferecer a lide do sobrero, o que aconteceu e me permitiu de forma justa, ter direito à minha lide por inteiro tal como os meus colegas. 

Relativamente se a lide ao sobrero deveria ou não ser considerada para atribuição do prémio, convém os meus colegas não confundirem que geralmente essa regra acontece em concursos de ganadarias, onde se um toiro que estava anunciado é substituído por outro que não estava anunciado, por regra o sobrero não entra no concurso. Ora eu, estava anunciado desde sempre nos cartazes da corrida do Redondo

Supostamente, incomodou também aos meus colegas e aos seus apoderados, que não lhes fosse pedida autorização para eu lidar o sobrero. Em lado algum vem no regulamento essa regra que agora eles apontam, sendo sim uma decisão da empresa o haver ou não a lide extra. Até porque pergunto-me, se lhes fosse pedida essa autorização e depois de analisadas as suas próprias lides, iriam eles autorizar que eu actuasse e correrem esse risco do prémio não ir para um deles?! Estariam eles tão preocupados com uma lide extra se por acaso um deles tivesse vencido o prémio?! 

Respeito todos os meus colegas dentro e fora de arena, respeito esse que infelizmente alguns deles nunca souberam ter pelo meu pai mas que se for preciso quando estão com ele dão-lhe palmadinhas nas costas. 

Felizmente, tal como o meu pai, esse sim uma verdadeira Figura do Toureio, eu nunca precisei de comprar um prémio, seja na arena ou naqueles jantares de finais de temporada! Nunca precisei de me enganar a mim e aos outros, com falsos e pagos triunfos, e tenho no meu pai o meu apoio mas também o maior e mais exigente crítico. 

Tenho apenas a alternativa de cavaleiro há um ano, espera-me um caminho ainda muito longo com vitórias e derrotas certamente, mas já consegui que os aficionados e a imprensa taurina me saibam dar o devido valor.

Infelizmente verifico que os mesmos que sempre quiseram prejudicar a carreira do meu pai nos seus inícios, são agora os mesmos que querem prejudicar a minha e se incomodam com os meus triunfos. 

Aproveito para enviar um abraço ao meu colega e amigo Manuel Telles Bastos, um senhor dentro e fora de praça, educação e respeito que aprendeu certamente na sua família a qual muito admiro como se fosse minha. 

Aos outros, iremos encontrar-nos certamente mais vezes nas praças e aí sim, com ou sem sobrero, se justificam os prémios. 

Para terminar, fiquem com esta certeza: se um Rouxinol já incomodava muita gente, dois Rouxinóis...

 Abraço, 

 Luís Rouxinol Jr